domingo, 4 de abril de 2010

Guerreira

Segundo uma antiga lenda (cerca de 15.000 anos atrás) havia uma linda guerreira, com a pele morena, cabelos negros como ébano e olhos cor de mel, que aliava a sua beleza mortal e sensualidade com sua habilidade de combate. Os antigos escribas relatavam que quem cruzasse o seu caminho era arrebatado por sua estonteante beleza e tudo fazia para ser seu escravo e amante, ou, com o intuito de dominá-la a desafiava para duelos que nunca conseguiam vencer, pois sua habilidade nas artes marciais e no manejo de sua espada sangrenta eram lendárias. Os poucos que ela deixava viver para narrar seus feitos, a descreviam com um olhar frio e penetrante, mas ao mesmo tempo meigo e infantil. Muitos anos se passaram, inúmeras batalhas e guerras foram vencidas e centenas de guerreiros foram abatidos sem piedade. Em um entardecer, após mais uma de suas batalhas, estava a guerreira a comemorar em uma taberna regada a vinho, quando entra um bárbaro ruivo, certamente vindo das terras de gelo do norte. Sua alvura contrastava com o ambiente. Por um momento o tempo parou e todos ficaram a encarar o forasteiro. O bárbaro sentou-se em uma cadeira ao lado da porta e, com cara de poucos amigos pediu um caneco de cerveja. O ambiente era repleto de guerreiros em mesas, contando vantagens de suas proezas e cercados de belas mulheres que certamente acreditariam em tudo o que contassem, por um punhado de moedas de ouro. Ao fundo, o taberneiro tudo olhava e controlava, pois era sabido que não gostava de forasteiros. Então, o olhar do taberneiro cruzou com o do guerreiro do norte, que nunca vira antes e um arrepio passou pelo seu corpo obeso e suado. Parecia ter visto a face da morte em pessoa. O tempo passou e a bebida começou a mostrar sua influência na taberna. Um grupo de três mercenários que estavam sentados em fente à guerreira, já muito entorpecidos pela bebida, falavam gracejos em sua direção e riam. A guerreira nada fazia, apenas sorvia seu vinho e ignorava-os. Após algum tempo, os mercenários decidiram que ela deveria ser a sua companhia da noite. Levantaram e, ao chegar em sua mesa ,foram logo tentado agarrá-la a força e levá-la para os quartos de cima da taberna. A guerreira, de maneira quase imperceptível, puxou sua espada sangrenta de sua cintura e amputou a mão direita do primeiro. O grito do mercenário ecoou por todo o ambiente. O segundo logo desembainhou sua espada e tentou acertá-la na altura da cintura, mas com um rápido movimento ela desviou e lançou uma adaga direto no olho esquerdo dele, perfurando-o por completo. O alvoroço tomou conta do lugar. O terceiro mercenário abraçou seu colega ferido no olho e, juntamente com o mercenário amputado se puseram a correr, gritando que esta megera estava com os dias contados e eles voltariam para a sua vingança. Enquanto isso, na mesa ao lado da porta, o bárbaro do norte, impassível, pedia outro caneco de cerveja.

2 comentários:

Franciele #) disse...

Muito bem Sr. Paulo André!
Esta ficando cada vez mais interessante, continue assim!
Beeejinhos Fraan

Eduardo disse...

Adorei isso! Continuaaaaaaaaaa!!! :O)